(11) 93500-1000

Entenda o Transtorno Explosivo Intermitente


Entenda o Transtorno Explosivo Intermitente

O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), como o próprio nome indica, é um transtorno psicológico que acarreta comportamentos agressivos recorrentes.

 

Você provavelmente já encontrou diversas pessoas com “pavio curto” ao longo da sua vida. Elas parecem gostar de briga devido à quantidade de conflitos que causam por onde passam. Uma conduta demasiadamente irritável, no entanto, é um indicativo de um descontrole emocional extremo, especialmente em relação à raiva.

 

 

O que é Transtorno Explosivo Intermitente?

 

O TEI é caracterizado pela incapacidade de administrar impulsos raivosos. Indivíduos com essa condição têm comportamentos agressivos e explosões de raiva desproporcionais às situações. A fúria é tão intensa que eles perdem o controle sobre si mesmos, permitindo que esse sentimento os cegue para a realidade.

 

Também fazem interpretações equivocadas dos acontecimentos em razão da raiva. Tendem a potencializar todos os acontecimentos rotineiros. Por isso, parecem estar sempre brigando com alguém ou irritados com uma situação. São vistos como “pessoas difíceis” nos ambientes que frequentam.

 

Esses indivíduos gritam, xingam, quebram objetos, ferem animais e podem partir para a agressão física dependendo da situação. Quando a raiva desaparece, é comum sentirem arrependimento, vergonha ou culpa por suas ações, outros por sua vez, tendem a fazer de conta que nada aconteceu ou ainda fortalecerem a verbalização que estavam com a razão e não conseguem mensurar o estrago feito.

 

Como tratar?

 

Para tratar o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), é indicada a terapia cognitivo-comportamental associada ao uso de medicamentos, além de conversas com familiares e pessoas do seu círculo de convívio.

 

A terapia irá ensinar o paciente a se posicionar e a controlar a ansiedade e a agressividade. Além disso, pode ajudar o indivíduo com recursos que possibilitem desenvolver estratégias para resistir e gerenciar seus impulsos hostis.

 

Entre os remédios, os mais utilizados são os antidepressivos e estabilizadores de humor. Dessa forma, seus comportamentos serão mais adaptativos ao convívio social, melhorando seu humor e sua qualidade de vida.

 

Existem também outras medidas que são auxiliares, como técnicas de respiração e relaxamento, práticas de esportes que podem auxiliar na liberação da serotonina e endorfina, atividades que tragam prazer para a pessoa e que possam canalizar a raiva.

 

É importante ressaltar que o tratamento é individualizado, sendo necessária uma avaliação psiquiátrica criteriosa para adotar a melhor conduta.

 

A identificação do quadro clínico, a avaliação inicial e a abordagem familiar poderão ser realizadas pelo médico responsável pelo cuidado do paciente, juntamente com o psicólogo.

 

Quando procurar ajuda?

 

Assim que tiver alguma suspeita, o recomendado é procurar ajuda especializada, seja na adolescência ou na fase adulta. O TEI é caracterizado como um transtorno psiquiátrico em que o indivíduo não tem controle de gerenciar seus impulsos agressivos. Ou seja, a pessoa tem, de modo repentino (3 a 4 vezes por semana, em um período de três meses), ataques de fúria completamente desproporcionais, como agressões verbais e físicas, que não são justificadas pelo gatilho que levou a esse comportamento.

 

O Transtorno Explosivo Intermitente, geralmente, tem início na infância e na adolescência. Porém, é preciso realizar um diagnóstico correto, pois outros problemas também podem levar a comportamentos agressivos, como transtorno de conduta, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), birras, estresse, depressão, entre outros.

 

Há grupos de maior risco, como famílias mais instáveis (com explosões e brigas mais frequentes), em que há outros membros com a mesma condição, até mesmo por herança genética.

 

O DSM V classifica as manifestações de raiva em duas categorias. As consideradas “leves” são ameaças, xingamentos, ofensas, gestos obscenos, ataques com objetos e agressões sem lesão corporal. Elas devem ocorrer, pelo menos, duas vezes na semana em um período de três meses.

 

Já as chamadas de “graves” incluem destruição de propriedade e ataques físicos com lesões corporais severas. Estas manifestações de fúria devem acontecer, pelo menos, três vezes ao longo de um ano.

 

Em ambos os casos, grande parte dos acessos de raiva devem ser motivados por questões superficiais e ocorrências do cotidiano.

 

O transtorno explosivo intermitente também apresenta os seguintes sintomas:

 

  • Comportamento reativo;
  • Ataques de raiva;
  • Agressões físicas e verbais;
  • Irritabilidade e impaciência;
  • Reações descontroladas que causam a destruição de objetos;
  • Aumento dos batimentos cardíacos;
  • Impulsividade;
  • Tensão muscular;
  • Descontrole emocional;
  • Enxaqueca;
  • Sudorese;
  • Tremores pelo corpo;
  • Sentimento de culpa, vergonha ou arrependimento após o ataque de raiva.

 

Os riscos da agressividade descontrolada na vida cotidiana

 

Pessoas com TEI podem ter mais problemas com a lei devido às suas posturas inconsequentes. Como se envolvem em brigas físicas mais frequentemente, também podem sofrer processos das pessoas atacadas.

 

Conflitos no ambiente profissional e familiar também ocorrem com maior constância e são resolvidos com agressões físicas ou verbais, gerando novos atritos. Sendo assim, a pessoa com TEI pode ser isolada socialmente, deixando de participar de círculos e conviver em ambientes sociais por não conseguir controlar o seu temperamento.

 

Quando ela se acalma e percebe o que causou, se sente culpada e tenta reparar as suas relações. Mas nem sempre as suas desculpas são aceitas. Assim, vive com arrependimento e culpa por ter agido de maneira tão inapropriada.

 

Apesar do mal-estar emocional ser comum após cada acesso de raiva, a pessoa com TEI não consegue se desapegar de comportamentos violentos. Para elas, eles transparecem naturalmente, como se estivesse agindo no piloto automático.

 

Em outras palavras, conviver com o transtorno explosivo intermitente é desconfortável e causa sofrimento em diversas esferas da vida da pessoa irritável e também causa desconforto para todo seu círculo social e familiar. Por essas razões, é essencial procurar ajuda profissional e iniciar um tratamento.

 

O tratamento é de extrema importância para controlar esses impulsos hostis. Dessa forma, com o tratamento adequado, eles aprendem a dominar as explosões, e assim, conseguem ter uma vida com mais qualidade.

  

Fontes: Tatiana Pimenta, psicóloga, especializada em Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley, Vittude, VivaBemUol, Deborah Moss, neuropsicóloga e mestre em psicologia do desenvolvimento pela USP (Universidade de São Paulo), Liliana Seger, especialista em TEI (Transtorno Explosivo Intermitente) e coordenadora do PRO-AMITI (Programa para o Transtorno Explosivo Intermitente do Ambulatório dos Transtornos do Impulso) do IPq HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e Manoela Salgado, psiquiatra do Programa de Saúde Mental da Amil Internacional S.A.

 

Agende sua avaliação agora mesmo – Recovery House - Saúde Mental – Av Zaki Narchi, 1330 – Santana – São Paulo/SP - (11) 3370-1515

 

Blog