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Desconectando o Vício Eletrônico: Orientações para Psicólogos no Tratamento da Dependência Digital


Desconectando o Vício Eletrônico: Orientações para Psicólogos no Tratamento da Dependência Digital

Eu recebo muitos questionamentos de colegas psicólogos sobre quais manejos realizo com os meus paciente com vício eletrônico.

Pois bem, resolvi criar um artigo de orientação aos psicólogos que enfrentam essas dúvidas, citarei alguns exemplos de técnicas que utilizo durante as sessões.

Sempre inicio com uma Entrevista Motivacional: A abordagem motivacional é útil para explorar a ambivalência do paciente em relação ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos. Ajuda a identificar as razões pelas quais o paciente deseja mudar seu comportamento e construir a motivação para a mudança.

Utilizo as seguintes abordagens:

1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC é uma abordagem amplamente utilizada no tratamento de vícios. Ela ajuda os pacientes a identificar e desafiar padrões de pensamentos disfuncionais e crenças relacionadas ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos. Além disso, a TCC também pode incluir técnicas de manejo do tempo e habilidades de enfrentamento.

2. Terapia de Exposição: Essa técnica envolve expor gradualmente o paciente a situações que desencadeiam o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, enquanto se trabalha em estratégias para resistir ao impulso. Isso ajuda o paciente a desenvolver tolerância e autodisciplina em relação ao uso dos aparelhos.

3. Mindfulness: A prática de mindfulness pode ser incorporada ao tratamento do vício eletrônico para aumentar a consciência do paciente sobre seus padrões de uso e as sensações físicas e emocionais associadas a eles. O mindfulness também pode ajudar a desenvolver habilidades de autorregulação e reduzir o impulso de recorrer aos dispositivos eletrônicos.

4. Estabelecimento de metas e recompensas: Trabalhar com o paciente para estabelecer metas realistas e mensuráveis para reduzir o tempo gasto com dispositivos eletrônicos pode ser eficaz. Além disso, definir sistemas de recompensa para o cumprimento dessas metas pode ajudar a motivar o paciente a continuar com o tratamento.

5. Suporte social: Encorajar o envolvimento do paciente em atividades sociais saudáveis ??e promover o suporte de familiares e amigos pode ser benéfico. Isso ajuda a reduzir o isolamento social e oferece uma rede de suporte para o paciente.

Trabalhar com pacientes que têm vício eletrônico requer abordagens terapêuticas específicas. Embora seja importante adaptar as intervenções às necessidades individuais de cada paciente, aqui estão algumas sugestões de exercícios que podem ser úteis durante as sessões psicológicas:

1. Autoconsciência: Ajude o paciente a desenvolver maior consciência sobre seu vício eletrônico. Peça para que ele reflita sobre quais atividades ele considera viciantes, quanto tempo gasta nessas atividades e como isso afeta sua vida pessoal, profissional e relacionamentos.

2. Identificação de gatilhos: Ajude o paciente a identificar os gatilhos que o levam a usar excessivamente dispositivos eletrônicos. Isso pode envolver emoções negativas, tédio, solidão, estresse, entre outros. Uma vez identificados os gatilhos, trabalhe com o paciente para desenvolver estratégias alternativas para lidar com eles, como técnicas de relaxamento, hobbies saudáveis ou atividades sociais.

3. Estabelecimento de metas e autorregulação: Auxilie o paciente a estabelecer metas realistas para reduzir o tempo gasto em dispositivos eletrônicos. Ajude-o a definir limites claros e a criar um plano de autorregulação, que possa ser monitorado e ajustado regularmente. Discuta estratégias para resistir à tentação, como a criação de um ambiente livre de distrações ou o estabelecimento de horários específicos para o uso eletrônico.

4. Técnicas de gestão do tempo: Ensine ao paciente técnicas eficazes de gerenciamento do tempo, como a técnica Pomodoro. Essa técnica envolve dividir o tempo em blocos, geralmente de 25 minutos, com pequenos intervalos de descanso entre eles. Incentive o paciente a aplicar essa técnica em suas atividades diárias, permitindo momentos de descanso e evitando longos períodos de uso eletrônico ininterrupto.

5. Resolução de problemas: Ajude o paciente a desenvolver habilidades de resolução de problemas relacionados ao vício eletrônico. Identifiquem juntos os desafios específicos que ele enfrenta e trabalhem em estratégias para superá-los. Isso pode envolver a criação de um plano de ação, o estabelecimento de recompensas para metas alcançadas ou a busca de suporte social, como grupos de apoio.

Lembre-se de que essas são apenas sugestões e que cada paciente é único. É importante adaptar as abordagens terapêuticas de acordo com as suas necessidades individuais.

Nelson Luiz da Silva Filho • Psicólogo • CRP 06/182855

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